sábado, 12 de maio de 2007

[de hoje a oito] fragmentos

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Fragmentos (Acústico)
Uma História por Cantar
Grande Auditório > CC Vila Flor

Sáb 19 no CC Vila Flor, a banda vimaranense Fragmentos apresenta-se em formato acústico para gravar um novo CD. Uma História por Cantar é o nome do concerto desta banda que conta já com 15 anos de existência.

Rui Afonso, vocalista dos Fragmentos, deu uma entrevista ao Notícias de Guimarães e parte dela encontra-se online. Ver a entrevista.

Rui Afonso, ao Notícias de Guimarães, 11 de Maio de 2007

Em que contexto surge este regresso?
Gostava de esclarecer que este regresso, não é o regressar dos ex-Fragmentos. Os cinco elementos que formaram os Fragmento foram saindo desde 1996 e depois fiquei sozinho, com uma banda que já não eram os Fragmentos originais.
Em 2001 decidi parar mesmo com o projecto, depois de pensar muito bem o que queria fazer. Basicamente a formação musical daquela altura conserva o nome e um elemento, que sou eu..

Qual actual formação musical?
É uma série de músicos convidados, são 12 – quarteto de cordas, flauta transversal, bateria, duas guitarras, baixo, teclados e duas back vocals, para além de mim, que também toco guitarra e canto. A banda foi criada para este espectáculo, para gravar um disco ao vivo, isto é, não é uma formação fixa; claro que, depois da edição do disco, se verá o futuro, quais os concertos, que banda é que vai fazer esse tipo de trabalho. Porque a ideia base do projecto e de gravar este disco é de fazer o que ficou por fazer, porque na altura em que estávamos para dar o salto, por assim dizer, fazer o disco que achávamos que merecíamos, a banda começou a desmembrar-se..

Qual a razão da banda não ter continuado?
Principalmente porque estava sozinho e dependia de mim próprio; na altura estava um bocado desiludido com a história toda, precisei destes anos todos até meter na cabeça «vou fazer finalmente»..

Como caracteriza o projecto?
Acima de tudo, é um projecto para quem já nos conhecia, aqui em Guimarães, principalmente, é um espectáculo para recordar isso, para levar o trabalho a outras pessoas que nunca chegaram sequer a conhecer. Na altura até estávamos com um contracto discográfico preparado, para fazermos um disco a nível nacional, mas não o chegamos a fazer. Agora é tentar ‘recolocar’ os Fragmentos no mapa, porque as músicas ficaram e muita gente perguntou, até hoje, porque é que nunca continuamos, porque não recomeçamos… A ideia é fazer o disco para dar o lugar que essas músicas, algumas com 15 anos, mereciam..

Qual o elo de ligação com o nome?
São as mesmas canções, não vai haver originais, isto é, são originais, mas antigos, na medida em que nunca foram gravados. As canções vão ser reconhecidas por quase toda a gente, na medida em que fazem parte do historial dos Fragmentos, daí manter o nome e também porque era importante assim acontecer. Acho que o nome ficaria sempre, inclusive mantive mesmo quando já não havia outros elementos..

Em que locais é que os Fragmentos tinham dado a conhecer o trabalho?
Chegamos a ir a Lisboa, Portalegre, Évora, mas basicamente era Guimarães, Braga, Porto, mais para cima Viana e Esposende - mas maioritariamente era por aqui, não saiamos muito daqui, a maioria dos concertos foram em Guimarães..

Os antigos membros do Fragmento vem assistir ao espectáculo? É importante essa presença?
Vêem e se calhar até vão haver algumas surpresas. Eles vão estar cá sim, alguns deles pelo menos, tenho essa certeza, todos não sei. É, tanto para eles como para mim, acho importante essa presença..

Era impensável gravar este trabalho a solo?
Penso que sim, para mim só faz sentido porque se chama Fragmentos, porque tenho outro projecto, onde faço outras coisas e temas novos, mas não vou usar isso aqui nem levo isto para lá. Acho que está bem separado. Este disco não é para pensar que os Fragmentos vão reiniciar a actividade e lançar um disco de originais daqui a algum tempo, acho que isso para já não está em questão – é mesmo fazer este disco, a mim, pessoalmente, faltava-me fazer este disco e vou fazê-lo agora. Depois se o ciclo fechar, fechou….

E se o ciclo continuar?
Depois logo se verá. Se continuar, continuou. Não estou ainda muito preocupado com isso, é a tal história, o tempo o dirá, isso estaríamos a falar em daqui a dois anos – antes desse período é impossível prever..

Na perspectiva de essas canções durarem o mesmo tempo que duraram, ou seja 15 anos, surge a dúvida – se durou este tempo todo, pode durar outro tanto?
Pode durar mais…e para mais gente…as coisas também passam por aí. É lógico que se quero fazer um disco e desta maneira, com público, é para ir mais longe, para haver mais gente a ouvir e também porque há perspectivas - encontrar um bom contrato para o disco sair a nível nacional, ser divulgado, ser bem distribuído e promovido. Há já um facto concreto – vai haver uma tournée nacional, o que implica um ano, ano e meio a seguir ao disco. Para a digressão, vamos tentar reduzir o grupo, em vez de sermos 13 músicos, seremos metade talvez, ainda não sei exactamente..

Quais os custos do projecto?
É um projecto que tem um apoio muito grande daqui do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em termos de logística, espaço; essa base foi importante, porque se tivéssemos que gastar o dinheiro todo só na preparação aqui, seria enorme. Depois há um custo elevado, basta pensar que são 12 músicos convidados, ou seja, cada um com o seu cachet próprio, para fazer ensaios e um espectáculo onde gravam um disco. Temos também um director musical, Adriano Machado, que é brasileiro, ou seja, envolve viagens e há muitas despesas. Em relação ao retorno financeiro não há hipótese de prever isso ainda, dado que o dinheiro que porventura se poderá ir buscar na bilheteira, não chegará nem para metade dos custos; nesse aspecto é que trabalho com uma empresa que tenha força para sustentar isso, até chegar a um ponto em que a balança fica mais equilibrada..

Como surgiu a oportunidade de trabalhar com este director musical brasileiro?
Surgiu através de uma empresa, que já tinha trabalhado com ele e foi de encontro a uma ideia inicial minha, que queria fugir um bocadinho a trabalhar com alguém português até. Contornar o modo, no nosso país, de fazer um acústico normal - era preferível se tivesse oportunidade de trabalhar com alguém que viesse de fora e se fizesse propostas diferentes, melhor..

Em que aspectos o acústico vai ser diferente?
Não sei bem explicar, acho que vai ser diferente porque a minha ideia é pensar assim - se já tivéssemos a estrutura, antes de gravar o disco, da editora, de director musical português, tudo já definido antes de fazer o concerto, seria o mesmo que dizer que esse director musical ia trabalhar os temas a pensar na editora que os ia editar, pensar de certa maneira ao fazer os singles para depois os vender. Nós assim estamos com mais liberdade, ou seja, há liberdade artística de fazer o tema como gostamos, como achamos melhor. Fazemos o tema como achamos melhor e só depois de estar o trabalho pronto é que a editora poderá dizer qualquer coisa. Ou seja, o ouvido de um músico que não é português, que não sabe nada do mercado português, é com certeza diferente do ouvido de alguém que ouviu o disco do André Sardet, por exemplo..

É uma tentativa de fugir à pressão cultural e do mercado?
É, claramente. Acho que até nesta fase, em que o André Sardet teve um sucesso explosivo, que ninguém contava, era quase impossível uma pessoa que está em Portugal não ter essas referências, mesmo que diga que não, ia ter essa referências ainda que ao nível inconsciente. Isso para mim é bom, porque nem que tenha esse subconsciente, ele se calhar não tem e dá-me para trás, há esse ‘distanciamento’ positivo, essa luta saudável..

(Pequeno excerto da entrevista com Rui Afonso - trabalho é desenvolvido na edição semanal impressa do Notícias de Guimarães)

2 comentários:

Anónimo disse...

depois de 14 anos do ultimo concerto que assisti vosso (kastrus bar em forjães - esposende) finalmente consegui informação vossa. foi longa a espera. estarei no dia 1 de março no vosso concerto. carloslages32@hotmail.com

Anónimo disse...

e para quando um site dedicado a esta banda ? alguém sabe de algo ?

drkanglzr@hotmail.com

tou na Madeira, mas nasci em Guimarães e sempre ouvi Fragmentos, uma banda que me marcou! ;)