segunda-feira, 2 de julho de 2007

[a convite] as catacumbas de edimburgo







As catacumbas de Edimburgo são uma série de salas e corredores subterrâneas sob a South Bridge, em Edimburgo, na Escócia.

No final do século XVIII, Edimburgo era uma cidade em expansão e as duas pontes (North Bridge e South Bridge) foram construídas para facilitar o seu crescimento.
A South Bridge é um viaduto com 19 grandes arcos em pedra, mas apenas um está visível hoje em dia – o Cowgate Arch. Os restantes 18 arcos foram fechados por edifícios para arrendamento, na tentativa de se criar uma zona comercial. Nos arcos escondidos, foram feitos andares e divisórias para albergar indústrias. No total surgiram 120 catacumbas sob a South Bridge. A ponte foi construída à pressa (inaugurada em 1788) e a sua superfície não ficou bem vedada, o que começou a inundar as catacumbas. Estas foram progressivamente abandonadas em 1795. A revolução industrial trouxe novos moradores para as catacumbas, gente pobre que não tinha alternativa onde morar. Assim, nasceu um autêntico "bairro de lata" de Edimburgo em que, mais tarde, também apareceram casas de prostituição e pubs. As condições eram absolutamente deploráveis: não havia água, saneamento, luz natural ou ar puro naquelas habitações além do imenso frio. Mesmo assim, havia famílias com mais de 10 pessoas a viverem nestas condições e em espaços muito reduzidos. Naturalmente a criminalidade começou a aumentar, com assaltos e assassínios. Não se sabe ao certo quando todo aquele complexo foi fechado, pensa-se que poderá ter sido em 1835 ou 1875. Em alguns pontos das catacumbas foram despejadas toneladas de cascalho, tornando essas zonas inacessíveis. Este mundo subterrâneo foi então esquecido até 1988, altura em que passaram a ser um itinerário turístico de profissionais e amadores "caça-fantasmas", ou apenas curiosos, encantados com a melancolia labiríntica, escuridão e trevas daqueles corredores, na esperança de encontrarem algum espírito.

Por Francisco Rodrigues, a convite do Ócio. Francisco Rodrigues é autor do blogue Mesa da Ciência e colaborador dos blogues Arsenal de Braga e BlogMinho.

4 comentários:

Esferovite disse...

Ai o Ócio a fugir para Marrocos!

Cuidado, Spicka, ainda te acontece, qualquer dia, como ao outro...

Pedro Morgado disse...

Boa iniciativa. Parabéns!

Cláudio Rodrigues disse...

Não te preocupes, Bairrista Esferovite Rosbife... Se a Dona Augusta, da Adega dos Caquinhos, o acolheu, podemos todos estar descansados!

Esferovite disse...

A D. Augusta, 'inda ontem, me confiara que houve lá uns marroquinos que se mantiveram muito calados e calmos na noite anterior. Eles estariam com uns dois desertores da terra, que contrariando as vontades da Muma, haviam encetado amizades com uns d'além Taipas. A espada de D. Afonso, que ficou em Marrocos com D. Sebastião, iria ainda, um dia, cair sobre eles...

Ou me disse ela isto, ou o tinto. Mas desse, disse-me a pequena Vitória, também os outros beberam.